NOITES INFINITAS

Fantasmagórica noite, das sombras solitárias,

Da noite de muitas estrelas, mas imaginárias,

A lua, vista no reflexo das gotas choradas,

Tais aquelas longas noites encantadas,

Que parecem não ter fim.

Todas as luzes da terra, parecem não brilhar,

Todos os risos do mundo, só fazem chorar;

Pensamentos que vêm à cabeça, a estourar,

Só querem ver a estrela que não está por lá.

E aquele assombroso aperto no peito,

Que um dia sorrira num romance perfeito,

Ora, jorra lágrimas, como se fora, rio de dor.

E ali, por baixo da escuridão do lençol,

Alguém triste, um solitário cheio de amor.

Mesmo ao nascer do sol, o mundo é cinza,

E essa tenebrosa hora triste e ranzinza,

Enfrenta o dia e se arrasta pela noite,

Nesse estrondoso batuque do açoite,

Que um coração amante, sofre e finda.

Ênio Azevedo

02/08/2023

Zé Doca - MA.