O triste retorno de “Don Juan Triunfante”

Novamente estou nas trevas,

Estou com medo por retornar,

Aqui continua frio e solitário

E eu não tenho mais forças;

Ouço os terríveis sons dos Fantasmas

Que insistem em me atormentar,

Meu coração moribundo e sepulto está

Entre horrendas rosas negras,

Ele treme e chora a dor latente do desprezo

E empalidece-se só de ouvir a palavra amor;

Nas noites em que estou só

Mil pequenos demônios vêm me zombar,

E a cada noite eles me parecem mais assustadores,

Clamo por ajuda,

Mas da minha boca

Só saem horrendas criaturas aladas;

Tenho tudo para ser feliz,

Mas minha mente insiste nos Fantasmas

Questiono minha lucidez,

Questiono minha existência,

Questiono o vazio do meu ser;

Pergunto-me como cheguei aqui,

Onde eu errei?

A quem fez tanto mal?

E o porquê de tanta dor?

Tem que haver uma explicação.

Será que tenho uma alma nefasta?

É ilógico tanto sofrimento e tanta angústia;

Sinto-me como se cem ciclopes pisassem meu peito,

Oh Deus! Novamente caí nas trevas!

E estas malditas lágrimas que não me deixam respirar.

Quando isso vai acabar?

Estou exausto, não quero voltar.

Para a fase mais negra da minha existência,

Mesmo porque, não há razão aparente.

Como me explicar isso?

Eu amaldiçoei estas harpias

Que não me deixam comer em paz,

Eu rogo mil pragas para esta águia

Que insiste em devorar meu fígado,

Eu Blasfemo contra este cruel Deus das Trevas,

Ouso Pronunciar seu nome com desprezo:

- Hades seu ser malévolo, que ardas eternamente em suas chamas.

Santo Deus! Por mais que corra

Aquele maldito Cérbero me alcança

E vagarosamente me destroça e depois me leva de volta.

Preciso sair daqui, não estou me suportando;

Ainda por cima, preso para sempre estou.

Nesta redoma de sobriedade,

Esta doença que matou alguns antepassados

Que insistiram em desrespeitar esta alergia demoníaca.

Mas como ser sóbrio?

Se a vida se mostra tão obscura;

Novamente estou com medo,

As águas em meus olhos me impedem de ver,

Apenas ouço o pânico e o caos

Deste meu ser que não sabes onde estás,

Novamente estou com medo,

As águas em meus olhos me impedem de ver,

Apenas ouço o pânico e o caos

Deste meu ser que não sabes onde estás,

Tentei rezar, mas meu ceticismo

Fez com que eu risse de mim;

Queria ser ignorante

E agir apenas por instinto,

Ser um cara vazio e fútil

Parece ser tão mais fácil viver assim;

Agora o som da noite me assola:

Os grilos, esta sombria criaturas da noite,

Riem da desgraça do meu ser.

E eu riu, não sei do que,

Procuro abrigo na lua

Mas até ela me deixou aqui sozinho;

Talvez esquizofrenia seja a solução,

Uma mistura de realidade e de ilusão,

- Rá!, Rá. Rá. Ráhn! Começou a chover,

Sei agora que o céu sente a minha dor;

Quero sair daqui,

Não me faz bem este lugar,

Sei que inevitavelmente cairei

Novamente aqui algum dia.

E minha alma, apenas com esta idéia, se arrepia.

Mas por hora, devo ir para casa.

Espero que não hajam Fantasmas por lá;

Ilusão insana que criei,

Não existe perfeição

Só existe dor e solidão.

Chega! Devo parar de divagar e ir embora,

Eis que neste momento voou

Um morcego rente ao meu rosto,

E em seus olhos enxerguei a melancolia

Das horrendas criaturas cegas,

Que voam por seus destinos errantes;

Ouço passos, será que é alguém que vem me ajudar?

Ou são aqueles diabinhos novamente,

Que voltaram para de eu zombar?

- Vou correr!

Olho para trás e sinto que algo me segue.

Então corro mais rápido,

Mas a sensação contínua.

Então olho novamente e me dou conta:

- Ainda estou aqui, sentado no mesmo tronco de árvore;

Felizmente a insanidade começa a me abandonar,

Agora sinto muito frio

Finalmente sai das trevas.

E juro para mim que

Lutarei com a grandeza do meu ser

Para jamais retornar lá.

Embora, dentro de mim,

Não esteja tão confiante.

Vou para casa,

Espero que não hajam Fantasmas lá!

Finalmente estou em casa,

E a lua reapareceu.

Não há mais Fantasmas,

- “Graças a Deus”!