Mesmo aos 70 anos de sonhos

 

Vendo Texturas chorei, e chorei outra vez.

E vou chorar cada vez.

Queria dizer alguma coisa,

Migrei para dentro de mim mesma.

Busquei ali palavras, consolos, sentimentos.

 

Mas, não sei.

Acho que não devo.

A vida já fala tanta coisa.

E acho que não sei o que dizer.

 

Desejo, que se desenrole da dor.

E mesmo, nos 70 anos de sonhos

Vale a pena começar de novo.

 

Olhar para cima, além da montanha,

Além das nuvens que a cobrem

A cada manhã ao abrir da janela.

 

Para além do vento

Que açoita a alma da terra e da gente.

Para além dos fios de alta tensão.

Olhe para as flores que passam por eles,

Para as flores que cobrem o barro do telhado.

 

Olhe para as ruas cheias de histórias.

Histórias de mãe e filha que falam Por incógnitas.

Histórias de casais na contramão da vida.

Histórias que perambulam pela rua entre fadas.

Que esperam encontrar, o labor que sustenta.

Histórias, que passam

pelo banco da pracinha do interior.

 

Olhe para onde os olhos de todos não olham.

E siga, mesmo as sinaleiras solitárias.

Elas com certeza levam para algum lugar.

Onde a aurora da vida nasce.

E onde a alma se funde com o azul da água.

Com o início e o fim do arco-íris.

E com o recomeço da caminhada de sonhos.