Lavagem

Reconheceram-me pela nobreza.

Um ato visto como uma gentileza.

Elas, tão acostumadas com espinhos.

Eu caio sobre a vileza.

Sobre a lama, eu repouso.

Elas me veem como mais um porco.

E eu não as desminto.

As que chegam mais perto, sempre sabem mais um pouco.

No fundo, desde o fundo do poço.

Eu não me importo mais.

Pra mim restará apenas a lavagem.

Elas ficarão entre os porcos e os espinhos.

Lembrarão apenas o quanto este porco foi gentil.

E pra mim restará apenas a lavagem.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 20/09/2023
Código do texto: T7890310
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