Lavagem
Reconheceram-me pela nobreza.
Um ato visto como uma gentileza.
Elas, tão acostumadas com espinhos.
Eu caio sobre a vileza.
Sobre a lama, eu repouso.
Elas me veem como mais um porco.
E eu não as desminto.
As que chegam mais perto, sempre sabem mais um pouco.
No fundo, desde o fundo do poço.
Eu não me importo mais.
Pra mim restará apenas a lavagem.
Elas ficarão entre os porcos e os espinhos.
Lembrarão apenas o quanto este porco foi gentil.
E pra mim restará apenas a lavagem.