Embaixo da Aroeira

Durante anos construí minha casa e preparei minha cama como quem de verdade ama, de estrutura em madeira, estrado de ferro e aço para o peso do meu corpo suportar.

A ridícula e dura realidade veio e com o tempo provou que nem mesmo o calor das fogueiras nos quintais do vizinho em noites frias de luar, entre jamelão e bananeiras me amava.

Porque logo me espulsou de lá com sua fumaça ondeante na hora da oração, antes de deitar, foi assim que minha mãe tão eclética me ensinou, por os pés no chão e assim partir a caminhar...

E caminhando vou sem nada pedir, nem mesmo amor como gratidão ou piedade qual compaixão. Meu canto embora ridículo, não chega ser tão vulnerável quanto a cama em madeira, ferro e aço que meu peso não pode suportar e que para de mim se livrar declinou-se. Eita vida besta, meu Deus.