A hora é agora

Fica o tempo, passamos nós

Privilegiam-se marcas da vida

A juventude sempre preferida

Cuja idade se apresenta algoz.

Em face do corpo envelhecido

Diminuem-se dança e voz

Acumula-se esperança no orós

E banha-se em lago desconhecido.

Na infância se deseja o melhor,

Mas quando pelos ficam brancos

Canta em ton menor achando-se maior.

Seguem-se aos trancos e barrancos

Ungido pela crença no amor

Vai ao médico e diz ao doutor

Que a carcaça inda suporta o tranco.