De cada década

“De cada década”

Até os dez descobri o outro lado

Brincando e desconhecendo

Chegando na vintena, paixão dizem(?!) freada

Amadureço a força, banana no vapor

Aos trinta estamos juntos, colados, suculentos

Tão iguais e cúmplices, condenados

Esplêndido aos quarenta, amo-lhe sem dó

Nem durmo, pois a vida é curta para curtir

Em meio século quero estar sereno

De mãos dadas, escrevendo-lhe do futuro

Sessenta chega e sentado vejo os frutos

Brilhando ao redor de nossa chama eterna

Talvez aos setenta o diamante não minta

Lapidados pelo tempo nos amamos calmamente

Oitenta, limite de muitos passará incólume

Novos planos, corpo e alma lavados

No chá das cinco, posso me queimar aos noventa

Mas ainda assim lhe tocarei de leve, egipciamente

Se por um acaso aos cem alçar, poderia até morrer

De mastro fincado, ainda sem haver explorado, todas as suas terras férteis!

JB Alencastro

JB Alencastro
Enviado por JB Alencastro em 26/12/2007
Código do texto: T792359
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