Do adeus
Adeus
em seu total significado
da admiração apagada
pela infantilidade autuada
e o silêncio adulto de quem se foi
Não existe ato mais honroso de sorrir em uma despedida
quando tudo foi tão sem medida
que arrancou a alegria de quem só queria bem.
Hoje tão longe me faz bem
tão perto me quer mal
mas até o Deus me deu
o que admirar e esquecer o que me fez falecer
já não havia mais sorriso
Já não havia mais sentido
já não havia mais o que admirar
a não ser o dom de saber me manipular
prejudicar
me entristecer.
Depois de tantas cicatrizes
tantas feridas escancaradas
cada lágrima uma risada
de quem apenas machucava
Era meu masoquismo que me gritava
Era minha dependência que ansiava
Era minha burrice que me manchava
Era meu ego que me fazia ficar
Tanto barulho para nada
Tanto tempo perdido e nada
Tanta fé desperdiçada
Tanto amor inventado
Até me transformar em um nada
Depois da queda
o chão é o paraíso
a dor se transforma em muralha
o choro a mascara
e o sorriso o punhal
e todos dias a mais nova batalha
superar
sozinha, depois de todas as feridas de uma guerra sem razão
onde era você contra uma multidão
de pessoas achistas e preenchidas
de más informações
eis que alguém estende a mão
e depois de um sorriso te levanta do chão
mas e a batalha?
estou em pé novamente
e olhando fixamente me defendo de um possível inimigo do meu coração
mas ele,
apenas se defende
e vagarosamente
Recita o amor em meus ouvidos
Meu coração que ainda ardia de ódio
passa a bater tão pausadamente conforme a voz
envolvente de quem me tirou do chão
Não é amor, mas o prazer da libertação
Ele me levantou
ele me ajudou
e hoje pareço ser dominada por ele
mas não...ele só me libertou para ele