Encanto Ignoto

A luz que queima da boca

Todas as vezes que penso

Em gesticular teu nome com a língua

E já não era mais claridade

Era o fogo da vontade mais irascível

Cada sílaba dando cambalhotas

Em cada som que pula da boca

Termino de soletrar como se confessasse um crime

Uma dor física de revelar ao meu interlocutor

Teu nome, não deveria ser dito assim

De forma tão secular, teu nome é íntimo

Ouvi-lo seria a mais solene dádiva

E você sabe do meu exagero

É pragmático todas as vezes que eu insinuo

Um desespero que se despe de razão

Revirando tatos que minhas mãos ambicionam

Há uma estrela, um espaço vazio

Capaz de elevar o devaneio a concretude

E eu o refiz dentro da minha pele

No inconclusivo sentido que me enerva

Quando fores dito um especifismo

Botos emergiriam de cada beijo

E com suas palavras profanas me farão vitima

E arrastarão meu corpo para debaixo de seus braços

Ó minha catedral de um metro e setenta

Tração infinita da garganta

Peso da palavra maldita

Radiação de toda a loucura acumulada

Nos meus braços era espada

Na minha boca canção prateada

No meu imaginário, Mercúrio

Aos meus olhos, magnetismo

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 23/11/2023
Código do texto: T7938692
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