A Orquídea de Sete Faces
Foi num dia bem normal
Destes que faz até calor,
Fora do meu rumo habitual
Achei uma trilha sem dor.
Não sei como cheguei nela,
Deve ser uma nova inspiração.
Já me provocava faz uns dias...
Resolvi ceder a esta obsessão.
Encontrei um belo jardim
E percebi uma certa flor,
Ela logo me capturou assim
Com seus versos de amor.
A sua presença ali me alegrou
Um prazer melhor que a solidão.
E eu acabei perdendo o controle
Pensando que seria uma paixão.
Ela tinha um cheiro agradável
Dessas orquídeas de esplendor.
Uma beleza incomensurável
Que me instigava com louvor.
Achei ela linda e tão vibrante
Com certa dose de emoção.
Seu sorriso era contagiante...
Mas no olhar havia indagação.
Ela até me quis por um tempo
E eu a desejo com tanto vigor.
Só que ela não me pertence...
Resta então, apenas um torpor.
Nunca vim por estes caminhos
Nem imagino um lugar sequer,
Mas ela me guiou com suas faces
Para algum outro lugar qualquer.
Agora vago novamente sozinho,
Escravo de um inquietante ardor.
Mas, espero vê-la por aí de novo,
Talvez, em outro poema de amor.