Luzeiro

Tenho vontade de

entregar a ti,

cada dia um verso,

com um pouco de mim

Mas tenho o que?

Tão pouco, tão nada,

incomparáveis posses

diante de ti,

que tanto tens

e distribuis assim,

sem nem perceber,

sem nem pensar,

a todo o universo

Tanta luz,

tantos sorrisos,

essa alegria que

reluz como o

Sol meio dia

e transforma tudo

em versos e poesia

Tenho tido tantos dias

nublados,

tão fechados, frios,

que pensei até ter

esquecido dessa

sensação que é

um dia no calor

da sua presença

Mas tal qual a

semente, no escuro,

ainda que sozinha e enterrada,

se torna potente e

cresce com poucas

gotas de água

no solo duro

Assim também eu,

com poucas palavras suas,

lembranças e

algumas risadas,

sua luz, seu calor,

renasce em mim

o que este longo inverno

soterrou