Ode a Musa

(Ao delírio metafísico de meus desejos)

Ó Musa, renegaste meus sentimentos

a meros impulsos sem significado

Me classificastes igual criança, ou pior,

como o estereótipo do jovem que se perde

no jogo de espelhos e dardos.

Entre fetiches e prazeres

Tu, Afrodite,

Ninfa que seduz os deuses

Finge ou não vê a veracidade?

Não percebes que a junção do meu desejo,

paixão e amor, quer alcançar contigo,

segundo Platão,

Os mais altos graus de perfeição e felicidade?

Não sou o pobre superficial que você quer contemplar

Por ti, como Alceste, beijaria a morte sem temor e tardar

Ao teu nome, saquearia de Apolo, a mais suave melodia

E de Clóris, o néctar e o perfume mais raros

Que causam o fascínio de existir e amar.

Por isso te suplico, qual meu pecado?

Não julgues o mortal que de exaltação se consterna

Sendo você a Beleza,

O ser que representa minha busca de satisfação

tanto terrena quanto eterna.

Mas se nada disso te basta

Por fim adornaria suas curvas e contornos

com gravuras em relevo,

Edificaria templos e sacrifícios

banhados de mirra, especiarias e incensos .

A mais fina seda cobriria tuas estátuas

Arcos de vinha e flores emoldurariam

as colunas de mármore de teu átrio

E a completude do meu amor,

Sentimento mais puro e nobre de Minh’alma

Irradiaria na atmosfera deste santuário ,

Matizes translúcidas de ouro e prata.

Laura Mancini
Enviado por Laura Mancini em 20/01/2024
Reeditado em 21/01/2024
Código do texto: T7980713
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