Depois de Tudo que Enfretamos... O Silêncio!

Bana Njila Vovó Nestada

Bana Njila Vovô Bento

Bana Njila Jurema Sagrada

Bana Njila Congada de Fundamento

Andamos por ruas pavimentadas por ideias açorianos

Mãos Africanas negadas e enterradas na história

Nossa presença insulta o olhar soberbo dos petropolitanos

Nossas Contas e Joias Espirituais trazem verdade à memória

Pretos, Grávidos e felizes pela cidade de D. Pedro e Família

Somos a história viva que Petrópolis fez questão de esquecer

Olhos não só nos condenam, mas o olhar branco nos vigia

Olham Sua barriga como quem prevê o que virá a ser

Ensinamentos de Vovó nos levaram ao Museu Imperial

Altar conservado aos ancestrais brancos que mataram nosso Povo

A viagem a passeio virou um ataque aos status quo racial

Era possível olhar nos rostos das pessoas: "O que eles fazem aqui de novo?!"

De novo! Filho de Pai Benedito e Vovô Bento... eu, Ifáọlàerin

Casado, livre, de sorriso no rosto e filho saltitante no Útero de minha Rainha

A expressão da "Sereníssima" D. Tereza parece assustada ao ver liberdade assim

O berço dourado de Isabel não chegava ao pés da riqueza que é a minha

Pedro Afonso e Afonso Pedro... ambos falecidos aos dois anos de idade

Ẹgbẹ́ Ọ̀run gritou no meu imọlẹ̀, então ri... reconheci Nossos Saberes naquela história omitida

Jana e eu sobrepujamos o silenciamento para enxergar nossa Ancestralidade

Fomos de Foucault e Paulo Freire à Nossa Senhora do Rosário na mesma praça falida

É, Preta... nosso Amor causa espanto, raiva, estranhamento e elogios dúbios nessa terra

Santa Josefina Fortunata-Bakhita que do Sudão se tornou padroeira que me perdoe, mas não levo jeito para Clarêncio

Jana e eu viemos celebrar nosso Amor... e pelas ruas de Petrópolis parece que inflamos a guerra

Habari Gani? Kujichagulia! Auto-determinação para reconhecer que tudo que tudo que foi feito por Mãos Pretas segue erguido mesmo que no silêncio