Alma na ponta dos dedos

 

Escrevo, como uma folha

que se desenha

sobre as nuvens, escrevo...

 

... como dedos no nevoeiro,

lábios inundando de sonhos

a boca do coração...

 

Teço versos em dezessete linhas,

percorrendo o tempo com pés incertos,

mas que sabem para onde ir -

e que seja sempre

para aportar em tuas terras...

 

Já fui barca sem porto,

canoa sem cais

que a abraçasse

ao final das cruzadas

pelos mares do céu.

 

Estendi os pés sobre os telhados 

azulados de sonhos

e de olhos para o horizonte...

surfei teus lagos de luz

e águas remansas de paz.

 

Sabes que minhas xícaras

são sempre canyons profundos...

Por isso, mergulhei em teu mar,

- oceano com ondas de belezas -

alma na ponta dos dedos,

e Poesia no Coração!