Tentações de um poeta

Ao amanhecer me vi sozinho

a beleza da noite foi provocativa, surreal.

Raios solares me acordou

numa manhã lívida de outono.

Meu lado apenas a solidão

a casa vazia

o quarto vazio

vazio minha alma.

Ao amanhecer estava eu só

sem você

O idílio desse momento me atormentava

por qual razão tu me deixaste?

A ardência de nosso momento

elevou as temperaturas da terra.

As taças de vinho jogadas ao chão

nossas roupas espalhadas

teu aroma impregnado em minha pele

nas fronhas, no lençol, no ar.

Por que me deixaste sozinho, amor?

estou a enlouquecer sem sua essência maior,

sem sua alma, sem seu corpo, seu viver,

a arte crucial de seus beijos, seu olhar infinitamente

ardente de ternura.

Ao amanhecer me vi sozinho.

Mas, não!

Fostes comprar leite, morangos e pão.

Fostes até a esquina comprar alimento

e eu enlouquecendo de medo

por não ter te visto ao meu lado... Que vergonha!

Chegaste bela, irradiante, sofismada em encantamento.

E retornamos ao apogeu lascivo de pecado e febril

tentação em nossas vidas de amantes exaltados e infantis.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 31/01/2024
Código do texto: T7988869
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