Abra os Olhos

Abra os olhos, o que vê?

Abra os olhos, que horas são?

Abra os olhos...

Ouço o som dos carros... Hoje acordei mais cedo.

Ainda não é dia, mas já não é mais noite. Este é o meu tempo...

Já não sou mais um homem de família, já não sou mais casado, mas também já não sou mais amante...

Já não sou mais amigo, já não sou mais querido, já não sou mais o tempo...

Já não tenho mais o tempo, e mesmo se o tivesse, já não há mais tempo...

Reconstrução é preciso, mas as pedras que quero usar são os diamantes em seus olhos... e esse olhar já não é mais meu, já não brilha mais para mim, já não mais reflete o meu amor...

Mas reconstruir é preciso... Devo cavar com as mãos?

Um palácio ao pé da estrada...

Uma estrada partindo do nada...

Nada ficou com quando a vi partir...

Continuou em seu curso sem olhar para trás, sem remorso por um coração partido.

Assassinato!

Pode-se tirar vida e deixar corações batendo.

Somos zumbis a vagarem pelas estradas que abrigam castelos.

Se não soubesse de sua existência, não haveria dor, se não soubesse o gosto, não sentiria desejo, se não houvesse vivido não haveria saudade!

Abro os olhos, vejo você, minha mais pura ilusão;

Abro os olhos, quatro e meia da manhã:

Abro os olhos...

Edson Duarte
Enviado por Edson Duarte em 02/01/2008
Reeditado em 24/08/2008
Código do texto: T800221
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