Amor de marceneiro

Eu sempre tive pouco dinheiro

Mas não me lamento

Sempre tive meu amor

E meu talento...

Para louvar teu rosto

Meu alento!

Quis dar-te um presente:

Faria, de minha melhor maneira,

A mais bonita penteadeira...

Desci ao Inferno da Construção

Juntei madeira de demolição

Como alquimista,

Transformei chumbo em ouro.

Fiz sutilezas

Altos e baixos relevos

Que tanto lembravam os nossos enlevos...

Espelho de cristal

O detalhe que faltava

Junto de um variado estojo de maquiagens

Parcelei em tantos meses, que nem sei...

Nem sei por que, agora,

Sentada no seu canto

Você se deixou seduzir por sua imagem...

Eu?

Esquecido,

Virei um reflexo pálido

Que se esvai na paisagem.

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 05/03/2024
Código do texto: T8012880
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