MEMÓRIAS DE UMA LUA
Da varanda, vi a lua,
e minha mãezinha sentadinha,
na penumbra do alpendre,
observando-a.
Tão nossa, tão minha!
que tornou-se nossa vizinha.
Ela no alto
e eu cá embaixo,
a contemplá-la
e a me encantar com sua beleza,
que desperta em mim,
memórias até então, adormecidas.
Venham ver a lua,
chamava minha mãezinha.
Deixava o que estava fazendo
e corria lá.
Aquele chamado,
era quase uma ordem
para apreciar aquela,
que fez parte da minha infância.
Vejo-me naquela lua
e junto comigo, meus pais.
Talvez venha também daí,
a inspiração para a poesia.
São tantas as luas
que passaram por mim
noite adentro,
que ainda me lembro,
do brilho cor de prata.