Mãe !
Que de tua pele erguestes minha alma,
sou eternamente grata, pois sorrio na praça,
que quando era broto, me encherá de ti,
e hoje faço nascer pomos férteis de mim,
com teus cabelos presos, era quase um espelho
que eu, apaixonada, louvava com risadas,
que mostrastes também, a auréola da dor,
onde o ramo se encerra, e nasce a flor,
e quando acordo assim, na mansa aurora,
lembro de ti, sob uma orla deserta,
quando olhavas o sol, teu espelho,
esperando, para saudar também os leigos,
a ti canto, que usava brincos de palha,
e mesmo na dor o sorriso estampava a cara,
mãe ! que me destes está sua face,
e parte deste sangue, que é um rio de ouro
quase como nossas terras, antes dos louros,
onde corriam os rios dourados a luzir,
e hoje quase me cego, com a beleza do teu sorrir,
tão puro assim, meteoro amarelo,
que ilumina esta minha madrugada fria,
deusa minha ! que na ponta do céu, sempre brilha