Doar se

Quando a gente se doa

Se entrega sem medidas

Não e uma ação a a toa

Nem uma ação que ecoa

Que deva ser aplaudida

É com lágrimas que se rega

É com suor que se aduba

O jardim onde está aquela

A quem tudo s entrega

Enquanto a gente se afunda

Se afunda no esquecimento

Se afunda em lamaçais

Num querer de estar querendo

Num morrer, de estar morrendo

Para não voltar jamais

E ela cresce viçosa

Fura as nuvens,o céu ganha

Enquanto desço a cova

Sua vida se renova

Numa relação estranha

Deixa que cresça

Deixa que seja feliz

Deixa que a cova eu desça

Mesmo que ela me esqueça

Fui eu quem assim quiz

Doar se, não é esmola

É dar todo pouco que tem

É não esperar nada de volta

É saber que pra quem se gosta

Da se tudo e além.

É chorar pra ver sorrir

É jejuar para dar alimento

É ficar, e ver partir

É querer, mas não ir

É acorrentar se em si mesmo.

Ladislau Floriano