“Pequeno” poema bobinho
Eu sonhei contigo, num sonho vívido e estranho, Nós estávamos no mercado, perto de onde morávamos.
Desejavas contemplar a vitrine dos doces, Aqueles doces exóticos de que me falaste outrora.
Curioso, só nós estávamos lá, à noite, deserto, Uma invasão, talvez? Fomos até a vitrine.
Tu brigaste comigo, achando ser a mesma do teu sonho, Mas não era.
Olhei para o chão, perdido em pensamentos, Tu me puxaste pelo braço, indiferente,
Tua mão quente, o cabelo como gostas, Vestias um vestido preto.
Disse-te, "Se estamos sós, aproveitemos para pegar mais."
E ao virarmos, eu estava sentado num banco, Tu em pé à minha frente,
Cenário reminiscente de nossos primeiros encontros.
Desta vez, não intoxicado por margaritas, Apenas te observava.
Meu pé em coturno negro, jaqueta azul, Camiseta listrada, preto e cinza.
Teus olhos, chamas de paixão eterna, Nossas mãos incandesceram, sem dor, Brincávamos de guerra de fogo,
Até que me atingiste na cabeça, transportando-nos a um campo.
Um campo florido, verdejante, Vacas caíam do céu, teus braços alongavam-se.
"Beija-me aqui," pedi, E tu me beijaste.
Então desejaste sushi, Teu cabelo azul, minha cabeça em chamas.
Estávamos no Largo da Ordem, Mãos dadas, procurando cerveja.
O céu roxo, mãos frias apertadas, Não queria acordar.
Tu tiraste um melão da bolsa, rimos da aleatoriedade.
Caminhávamos, pernas a se alongarem, Teus tênis all star, escritos em volta dele.
Ah, teu riso, os sanduíches na cama que me levavas,
A garota de cabelos cacheados, sempre ao meu lado.
Protegendo-me, acompanhando-me, Então despertei e comi chocolate.
No escritório, sentei, cabeça baixa, ouvindo a chuva,
Estavas ao lado, jogando, rindo das minhas palavras,
Jantávamos juntos.
De repente, num lago, deitei, canga estendida, Esperava-te, para ver o mar, ser hippie, como sempre estivemos.
Esperei, Mas tu não vieste.