“Pequeno” poema bobinho

Eu sonhei contigo, num sonho vívido e estranho, Nós estávamos no mercado, perto de onde morávamos.

Desejavas contemplar a vitrine dos doces, Aqueles doces exóticos de que me falaste outrora.

Curioso, só nós estávamos lá, à noite, deserto, Uma invasão, talvez? Fomos até a vitrine.

Tu brigaste comigo, achando ser a mesma do teu sonho, Mas não era.

Olhei para o chão, perdido em pensamentos, Tu me puxaste pelo braço, indiferente,

Tua mão quente, o cabelo como gostas, Vestias um vestido preto.

Disse-te, "Se estamos sós, aproveitemos para pegar mais."

E ao virarmos, eu estava sentado num banco, Tu em pé à minha frente,

Cenário reminiscente de nossos primeiros encontros.

Desta vez, não intoxicado por margaritas, Apenas te observava.

Meu pé em coturno negro, jaqueta azul, Camiseta listrada, preto e cinza.

Teus olhos, chamas de paixão eterna, Nossas mãos incandesceram, sem dor, Brincávamos de guerra de fogo,

Até que me atingiste na cabeça, transportando-nos a um campo.

Um campo florido, verdejante, Vacas caíam do céu, teus braços alongavam-se.

"Beija-me aqui," pedi, E tu me beijaste.

Então desejaste sushi, Teu cabelo azul, minha cabeça em chamas.

Estávamos no Largo da Ordem, Mãos dadas, procurando cerveja.

O céu roxo, mãos frias apertadas, Não queria acordar.

Tu tiraste um melão da bolsa, rimos da aleatoriedade.

Caminhávamos, pernas a se alongarem, Teus tênis all star, escritos em volta dele.

Ah, teu riso, os sanduíches na cama que me levavas,

A garota de cabelos cacheados, sempre ao meu lado.

Protegendo-me, acompanhando-me, Então despertei e comi chocolate.

No escritório, sentei, cabeça baixa, ouvindo a chuva,

Estavas ao lado, jogando, rindo das minhas palavras,

Jantávamos juntos.

De repente, num lago, deitei, canga estendida, Esperava-te, para ver o mar, ser hippie, como sempre estivemos.

Esperei, Mas tu não vieste.

Rafael Perdurabo
Enviado por Rafael Perdurabo em 16/05/2024
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