Se queres que eu te apanhe no meu corpo.
Vem dançar nas marés dos sonhos.
Vem ao anoitecer deitar flores
de lavanda no leito deste rio.
Vem escrever no linho fino dos desejos,
palavras colhidas durante o dia entre
as pedras do caminho.
Vem assim, suave, sussurra teu sopro.
Deixe escorrer entre os dedos
o suor das fantasias retidas no olhar,
ávidas de luz e prece, canto e poesia.
Se queres que eu te apanhe no meu corpo.
Vem sentir o arrepio da pele,
e as borboletas pousadas
enfeitando os cantos da alma.
Se queres... Vem sem alarde.
(Cida Vieira)