>DO AMOR A LIBERDADE

Os anos vão passando plano Divino
Quem pode olvidar tão rumo certo
As rugas mostram os anos peregrinos
Já amo tuas rugas longe de certo

Nas lágrimas meu sorriso acalenta
Banha o coração ressurge o tempo
Vejo-te sem lágrimas corro atenta
Oferto meu abraço correndo ao vento

Na tristeza a inspiração é mais ardente
Teus versos nunca morrerão, lamento
Apenas quem não lê tanto talento

As rimas são meu fraco favorito
Estou enamorada o olhar atento
Não importa condição bafejo alento

Procuro a liberdade pelos ares
Nas asas das fantásticas libélulas.
Em cada criatura, em suas células,
Nas frutas que colhi nos meus pomares,

Nas árvores frondosas, nas cascatas;
Nos passos delicados da pantera,
Nos olhos do leão, de qualquer fera;
Em toda ventania, em densas matas.

Procuro a liberdade no meu canto,
Nos pássaros canoros e libertos.
Nos rumos das estrelas, tão incertos,
Na lua com seu belo e alvo manto...

Nas ruas e mansões, nas capitais;
Nas praças e coretos das cidades.
Na luz em forte brilho, claridades,
Nas ondas e profundas abissais..

Na força da natura e na beleza,
Nas altas cordilheiras e nos planos.
Em todos os lugares, desenganos.
E mesmo no universo uma incerteza.

Liberdade meu sonho mais feliz,
Onde estarão as asas que procuro?
A busquei no clarão, em pleno escuro,
Nas ásperas escarpas, céus anis.

Esta procura louca já me cansa
Em busca da ansiada liberdade.
Encontrando por vezes a saudade,
Meu olhar mais distante não alcança

O cimo das montanhas e os rios.
A luz de tantos sóis já me cegava.
O brilho da manhã não encontrava,
Amauróticos olhos perdem fios...

Depois, total cegueira em minha vida.
A perda da visão, minha prisão!
Pensara num momento, em solidão;
A luta que travei está perdida...

Porém quando julguei que estava só,
Um pássaro em gaiola, solitário.
Recebendo o carinho solidário,
Amor que não deseja e nem tem dó,

Amor que me acalenta e fortalece
Que traz essa certeza de vitória
Que me mostra o caminho para a glória
Que a cada novo dia me enriquece.

Amor que soluciona meus problemas
E não cobra e nem sabe me ofender.
Que não precisa d’ódio p’ra viver,
E que traz alegrias como lemas.

Amor que me sussurra e me perdoa,
Não guarda nem rancores nem vinganças,
É pleno em atitudes e esperanças,
E mesmo sem ter asas, livre voa...

Num segundo percebo essa verdade,
Cansado da procura e quase cego,
Descubro, em minha busca, o que carrego
Vivo em meu terno amor: a liberdade!

SOGUEIRA
MARCOS LOURES
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 09/01/2008
Código do texto: T810128
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