O POETA

Ah, o poeta...

Um ser solitário por natureza,

Uma alma que brilha

Em versos e incógnitas,

Que confunde o real e o imaginário,

Que se faz insensato.

Ah, o poeta...

Esse ser apaixonado

Que empresta ao leitor

Sua alma, seus sentimentos,

Que fala sempre de amor,

De renúncias e sofrimentos,

E a quem o quiser,

Ou puder compreender,

Versa nas entrelinhas seus momentos,

E a quem o quiser,

Ou puder sentir,

Reza nos versos de amor

Qualquer sonho desejado,

E toda a aflição do seu viver,

Ou a felicidade de o transpor.

Ah, o poeta...

A quem o possa entender

– senão outro poeta –

Deixa nas rimas o seu prazer

De toda e qualquer descoberta.

Ah, o poeta...

Que entrega os desejos íntimos,

Que saboreia cada verso rimado,

Que empresta seus poemas

Aos corações apaixonados.

Ah, o poeta...

Que todo sentimento já viveu,

Ou apenas viveu o que sonhou,

Cujos desejos da carne atendeu,

Não foi nunca amado; sempre amou.

Ah, o poeta...

Terá sido apenas infeliz no papel

Ou já terá vivido sua paixão?

Terá desenhado cores no céu

E vivido apenas de ilusão?

O poeta é sempre incompreendido,

Bastam-lhe as rosas para perfumar

E o amor para deixá-lo iludido,

E assim a caneta a transpirar

Versos e rimas de amor

Desconexos e às vezes estilhaçados

Feito as pétalas de uma flor

Em dois amantes entrelaçados.

Ah, o poeta...

Cuja vida se resume em amar,

E apenas... nunca é amado,

Pois a ele ninguém é capaz de dar

Tudo que na alma lhe é sonhado!

By Denise Nogueira, em 08/01/2008

Despecial
Enviado por Despecial em 09/01/2008
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