APRENDIZADO DE AMOR
Aprendi que em teu colo
Meu voo nem é cego e nem rolo
Deslizo de manso sobre o solo
De tua fertilidade
E me tratas com a leveza
De uma deliciosa fada
Enlanguescida e tesa...
Aprendi que em tuas mãos
Nada me falta nem o punhado de solidão
Que me dás para que eu aprenda
Que um um homem só numa tenda
Pode querer matar-se de amor
Pode apunhalar-se só para ver a cor
Do sangue rubro em tecida renda...
Aprendi que em tua mais alta galáxia
Não me basta ser vaga estrela ou cometa
Sendo que devo-te ser um brilhante sol
Que ostenta o mundo em seu casaco
E que ainda à esquerda leva o saco
De constelações que derrama
Sobre nossa cama
Em acetinado lençol...
Aprendi vendo tua presença radiante
Que pulsa e brilha como diamante
Em rara forma e louca insensatez
Que ri e cria como quem te fez
Para amar e ser amada
Como te amo
Pela primeira vez.