O TESTAMENTO DA DOR

Que se faça saber

que este presente documento

é o testamento da dor.

Lavrado na lágrima do vento

e na maciez da pétala da flor.

Que fique registrado

que deixo meu maior bem

a quem nunca me partilhou.

Pedaços de mim comprovam

a ilusão de quem só amou.

E quem por mim fala

é a minha própria arte.

Que seja ela estandarte

dessa herança firmada

no tempo da escuridão,

nos autos do meu coração.

Que a minha vontade seja

ouvida e respeitada e

por assim ser deixo

meus antigos poemas ao seu dispor.

Mas,saíba amor,tudo se acabou.

Sacramento por meio deste

que não mais terás a mim,

a minha nova poesia tampouco

o meu nobre jardim.

Que fique ratificado que não

mais quero tua falsa diplomacia

e o teu silêncio atroz.

Que mesmo amando-te

não penso mais em "nós".

Diante do ora exposto,

deverá minha vontade ser assegurada,

pois sei que nunca terás o que te dei.

E por assim ser,deixo para você,

um pedaço do meu prazer.

Que seja cumprido o testamento da dor.

Que seja esquecido o passado.

Que seja apagado este amor.

N.termos

P.e.e. deferimento

Karla Bardanza

Karla Bardanza
Enviado por Karla Bardanza em 13/01/2008
Código do texto: T815666
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