"Florianópolis, eu te amo!"

Vou colocar no meu carro

O alarde do meu amor,

Quero espalhar esse sarro

Por toda parte onde for.

Amor atávico, antigo,

Ancestral, trans-secular,

Imenso, tão grande que,

Quando saio, quero voltar,

Quando estou, quero ficar.

Amor de pátria, amor de família,

Amor de universo, amor de Ilha,

Amor de raiz, único, entranhado

Nas ruas, nas árvores, nos portais

Dos casarios, nos muros dos quintais.

As pedras têm significado,

As esquinas, recordações,

Os objetos, conotações.

Cada pedra é um caminho,

Cada telhado é um ninho,

E os sonhos se fazem e desfazem

Nas asas dos passarinhos.

No céu as constelações

Suscitam indagações

Sobre os mistérios da vida.

Saudosos banhos de mar

Na nossa praia querida,

Antiga Praia de Fora

Transformada em avenida.

Meiembipe, Desterro ou Exiliópolis,

Ondina, Meridional, Florianópolis,

Pra mim és o berço natal,

O primeiro grito no mundo,

O aconchego do lar, o laço

De afeto a cingir num abraço

Descendentes de açorianos,

Descendentes de alemães,

Descendentes de africanos.

Aqui nasci e me criei,

Na catedral fui batizada,

Nestes caminhos andei,

Noutra igreja fui casada.

Entre verdejantes montes

No jazigo da família

No cemitério das Três Pontes

Um dia sou esperada.

Florianópolis, eu te amo!

Tua beleza me deslumbra

Tua aura me embriaga.

Dias de sol ou penumbra,

Hora feliz, hora aziaga,

Pra sempre vou te cantar.

És um pedaço de mim

Ou de ti sou um pedaço,

Hei de um dia descansar

Acolhida em teu regaço.

Leatrice Moellmann
Enviado por Leatrice Moellmann em 06/12/2005
Código do texto: T81725