Íbis... A ave sagrada do Egito.

Íbis... A ave sagrada do Egito.

Cansei de viver esse amor escondido entre milênios

de todas idas e vindas desde o primeiro dia que vi você.

Raio de sol a me cegar, onda do mar que bate nas pedras

a desgastar toda esperança que carrega dessa atmosfera.

As vezes me falta ar! Quero respirar do teu cheiro!

Quero sentir o calor do seu corpo! Voar nas tuas asas.

Acariciar teus lábios com minha boca esculpida de desejos.

Acalentar meu sofrimento no teu canto de sereia.

Já que ti escrevo palavras que me parecem sem efeito

como se o próprio desejo esconde-se os teus segredos.

Quantas vidas será necessário para voar nas asas desse amor?

Quantas idas e vindas na dor? Ti mando nova carta de amor.

Agradeço ao Deus Thoth por ter criado o alfabeto Egípicio, onde

se deu origem o nosso amor, mas agora mil alfabetos são pouco

diante desse sentimento que me fez navegar junto com os Fenícios

e gravar no Pão de Açúcar a imagem de Íbis em 1500 a.C para você.

Como destino levo comigo as lembranças de todas nossas vidas

e fico com a missão de ti reencontrar e recomeçar nosso amor.

Como se séculos fossem segundos! E hoje no forte de Copacabana

vendo mais um pôr-de-sol, vejo Íbis invisível pousar ao teu lado,

olho no teu ombro esquerdo e vejo uma estrela a brilhar, e como

te reconheço entre todos os tempos, então é hora de ti reconquistar.

Levo uma poesia inspirada nas cartas de Fernando Pessoa para sua

amada Ofélia. E com um olhar me apresento, como o vento declamo

meus sentimentos, com os lábios ti roubo um beijo. E ficamos em nós

mesmos, em silêncio, o sol, o vento, o mar a bater nas pedras como

a lembrar de tempos que na tua memória são sonhos, e na minha

são realidades que voam nas asas de Íbis, a ave sagrada do Egito.

Íbis, ave sagrada do Egito, cuja cabeça pertence ao Deus Thoth o Pai

da literatura e o criador do alfabeto Egípicio. Era ainda o apelido de

Fernando Pessoa em suas cartas de amor para Ofélia. Acretida-se que

sua imagem tenha sido esculpida no Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro

pelos antigos Fenícios, em 1500 a.C.

Ricardo, 18/01/08.