AQUELA ONDA

Aquela onda mergulha

Noutra onda que afunda

Nos oceanos do meu coração.

Assim, vieste do Caos,

Onde toda matéria se transforma

No teu redemoinho materno

Para fazer do meu universo

Um solo fecundo de sonhos

E incontáveis campos coloridos afins.

És essa poesia que não se traduz

Em simples versos, belas figuras

Ou metáforas rebuscadas.

Sim, és o vernáculo corrompendo

Toda sofisticação, descomplicando

Os meus primorosos intentos.

E te adoro, na simplicidade que me vens

Dizer dessa tua paixão extrema e

Absurda por mim, para desfazer

O inútil teorema nos meus lábios,

Teus olhos nos meus, naquela onda

Que vem, naquele fluxo sem fim.

© Jean-Pierre Barakat

Jean Pierre Barakat
Enviado por Jean Pierre Barakat em 19/01/2008
Código do texto: T823659