A POESIA DO NOSSO AMOR
...E se te amo tanto,
Que importam as intempéries
Que dizes assolar o teu coração?
Que importa?
Se somente eu é que te ofereço
Os sorrisos perdidos e esquecidos
Em algum lugar em que te habitou o sonho...
Quem se importará com o tempo não vivido?
Quem viverá novamente o tempo passado?
Quem irá cuidar do teu coração ferido
A não ser o amor que te dedico?
Quem verá o meu sorriso desenhado em teus lábios
Florescido em beijos de primaveril saudade?
Quem perceberá a solidão da espera
E a lembrança do teu toque
Confessando-se por sempre e ainda te amar?
Pousa o teu olhar no horizonte dos meus silêncios,
E vislumbra os prados floridos de meu coração...
Rega o jardim da minha alma,
E deixa que desabrochem os caminhos que seguiremos...
Dá-me tua mão e vem,
Que não mais te encontrem as lágrimas da tristeza
Que se fechem aos teus passos
O caminho que não escreve as marcas da felicidade
Vem e deixa-te pertencer pela alegria dos afetos
Que te libertam dos grilhões da ausência e do medo...
A mansuetude do nosso encontro
Há de nos matizar os olhares
Afastando-nos do precipício,
Para que desfrutemos desse amor, sem dores ou receios.
Deita-te em meu olhar,
Descansa de tuas lutas e arrefece o rugido
Da fera que te habita...
Vem ver a paisagem que se descortina
de minha alma em êxtase
colorida com as flores do teu olhar, quando me olhas.
Vem, que mesmo quando choras
com tuas lágrimas molhas o jardim dos meus sonhos.
Vem, que estou te oferecendo o melhor de mim...
Vem, por que resistes?
O que te impede de afastares tuas tempestades
E de lançares tua vida ao mar dos meus amores
Se é somente a ti que meus olhares buscam,
Esperando-te até mesmo onde não te alcanço...
Vem, porque ainda que não saibas
Sou porto seguro neste horizonte infinito
Em que navega o curso do teu coração...
Vem e deixa teu olhar navegar nas ondas do infinito
Na procura de teu início, teu meio e teu fim...
Que, sem que ainda saibas, habita em mim.
J.B. Xavier & Fernanda Guimarães