Reencarnação do amor.

Já não tenho mais espaço no coração.

Vento levou sorrisos e deixou solidão.

Alucinações, são as minhas companheiras,

Vadias, sadias ou frias.

Desfazem-se sonhos e beiras,

Na procura do amanha incerto.

E o Mundo tão perto!

Pobre da voz que se perde na escuridão,

Gritando o nome do dia.

E a alma vazia.

O surdo ouve risos,

O mudo recita poemas de dor.

O cego vê a esperança.

E eu sinto quem me beija.

São os improvisos.

Da natureza sem cor.

Como feita Criança,

Embalada em pele de cereja.

E a lua chora.

Falta tanto,

Perde seu encanto.

E as lágrimas já não são de agora.

Mas do principio,

Do tempo de Olímpio.

Que o sol a namorava,

E calor lhe dava.

E eu já não tenho espaço,

Nem para um beijo e um abraço.