DEVANEIO
Fale, fale comigo sobre os teus mundos divinos,
Desarrume os lençóis plácidos
Dos meus prolongados silêncios:
Descubra a minha nua, pura verdade.
Há cidades acromas em mim
Aguardando a tua doce presença,
Ansiando o pincel do teu amor:
Para brilhar em mil cores e arder sem fim.
A tua tez, o meu pecado mais profundo,
Que te confesso em diálogos e monólogos
Diversos do meu universo, a tua tez
Tem sabores e perfumes galácticos e astrais.
Nesse instante, nessa hora em que
O desejo de ti aflora, meu olhar se finca
No horizonte, no ponto exato em que tu olhas.
Perco-me em ti, e tu em mim:
A tradução perfeita da Unidade.
© Jean-Pierre Barakat