Bem-querer doí e faz sofrer.

O amor aflui não sei de onde,

Começa, não sei porquê; lacera e não sei a razão.

Quando exaure, não sei porque se esconde,

E não sei porque apenas o sentimos no coração.

….

Falseia o amor que não sente dor,

Embusteiro atrevido e não ferido.

Rasga-se em choros no seu interior,

E sente-se no entanto aguerrido.

Bem-querer que enlouquece e faz olvidar.

As confusões que a alma sente.

Quiçá corpo de anjo que amor precisa.

O amor vem e não sei como o embargar;

Chega assim, como a noite inesperadamente.

Amor vem, castiga, chora e não avisa.