DISSIMULADA
DISSIMULADA
Este corpo de mulher que ainda desejas
Formas sinuosas, arte, dália flor.
Não tem princípio, meio e fim, só amor.
Meu toque suave não negue ainda almejas
Vem estou ávida. Vem me beija!
Exposta a qualquer olhar num jardim
Posso cometer um desatino, ai de mim.
Que fico assim, com todo este recato.
Ciente de que sou bela, um bom prato.
Ao destrato perco este jeito de querubim!
Tu cavalheiro não há de deixar-me assim
Prostrada nesta noite linda, enigmática.
Deixe o coração falar, não use tática.
Vais permitir que o encanto chegue ao fim?
Posso cometer um desatino, ai de mim!
Apaixonada por um beija-flor dourado
Que de todas as flores faz o teu reinado
Fico a excitá-lo, vertendo mel e delícias.
Armadilha para prendê-lo às minhas carícias
Antes que outra mais atirada o faça por mim!