DISSIMULADA

DISSIMULADA

Este corpo de mulher que ainda desejas

Formas sinuosas, arte, dália flor.

Não tem princípio, meio e fim, só amor.

Meu toque suave não negue ainda almejas

Vem estou ávida. Vem me beija!

Exposta a qualquer olhar num jardim

Posso cometer um desatino, ai de mim.

Que fico assim, com todo este recato.

Ciente de que sou bela, um bom prato.

Ao destrato perco este jeito de querubim!

Tu cavalheiro não há de deixar-me assim

Prostrada nesta noite linda, enigmática.

Deixe o coração falar, não use tática.

Vais permitir que o encanto chegue ao fim?

Posso cometer um desatino, ai de mim!

Apaixonada por um beija-flor dourado

Que de todas as flores faz o teu reinado

Fico a excitá-lo, vertendo mel e delícias.

Armadilha para prendê-lo às minhas carícias

Antes que outra mais atirada o faça por mim!

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 29/01/2008
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