NÃO PUDE EVITAR

Não pude evitar

Amar-te como te amo

Cansado de desamores

Fortuitos e casuais

Impedir não pude mais

No arrebol triste do alvorecer

No ocaso que vinha fenecer

Trazendo o silêncio das estrelas

Na oclusão dos véus dos mistérios

Na discrição das portas da contrafação

Do meu mais indigente sentimento

Quando se fecham meus olhos turbados

Pelo fingimento que há no luar

Sorrindo venturas ao meu vagar sereno

Sorrindo amores aos que não voltaram mais

Como pudeste, ó Lua

Fazer-me frágil em minha intuspecção

Fazer-me amante e sonhador...?

Por isso ao encontrar-te

Finalmente calei-me no desdouro do tempo

E amei-te simplesmente por amar

E é este gesto puramente singelo

Que este homem cansado de desamores

Não conseguiu, não! Não pôde evitar

Ah! Eu não pude evitar...

Amar-te como te amo

Eu não quis e não pude

Por isso não tente, não impeça

Que eu morra pra te amar

jairomellis
Enviado por jairomellis em 30/01/2008
Código do texto: T839972
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.