Beleza pura

Procuro-te, mas de repente me vem

A incerteza da felicidade, o medo

De sofrer e recuo-me desse pensar.

Paro no tempo feito folhas mortas

Já não importa se a alma está viva

Ou morta, vivo por viver buscando

O que no tempo não perdi.

Desisto desse pensamento, me dói

Por dentro o desejo não realizado.

Coração bate aflito, meio revoltado

Tentando arrancar do peito

Esse amor por ti tão desalmado.

Rodeiam-me subitamente os amigos

Todos em busca de uma louca paixão

Daquelas alucinadas que fala e depois

Se cala ao tentar relembrar o passado.

Todos estão taciturnos e desorientados

Buscando o colorido da felicidade

Que não existe e persistem olhando

A beleza, pureza que o tempo desfaz.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 31/01/2008
Reeditado em 31/01/2008
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