Beleza pura
Procuro-te, mas de repente me vem
A incerteza da felicidade, o medo
De sofrer e recuo-me desse pensar.
Paro no tempo feito folhas mortas
Já não importa se a alma está viva
Ou morta, vivo por viver buscando
O que no tempo não perdi.
Desisto desse pensamento, me dói
Por dentro o desejo não realizado.
Coração bate aflito, meio revoltado
Tentando arrancar do peito
Esse amor por ti tão desalmado.
Rodeiam-me subitamente os amigos
Todos em busca de uma louca paixão
Daquelas alucinadas que fala e depois
Se cala ao tentar relembrar o passado.
Todos estão taciturnos e desorientados
Buscando o colorido da felicidade
Que não existe e persistem olhando
A beleza, pureza que o tempo desfaz.