AMOR HOSPEDEIRO

O amor é mesmo esquisito.

Surge sempre de sopetão.

Não tá nem aí prá marcar hora.

Já chega de malas prontas e se ajeita no coração.

E é um hóspede bagunceiro,

daqueles que deixa tudo de pernas pro ar.

Faz a maior desordem na nossa cabeça

e nem se oferece prá ajudar.

Sem dizer que ele é péssimo em aritmética.

Onde era prá ser dois, às vezes é três!

Ele deve ter fugido da escola,

e ao certo, lição de casa nunca fez!

Mas se ele tem alguma aptidão,

com certeza é prá mágica.

Transforma tudo que é feio em belo,

até a feiúra mais trágica!

Às vezes ele se acomoda

e vira um hóspede eterno.

Noutras, diz que vai dar umas voltas e some,

levando até o terno!

Mas nós não desfazemos sua cama,

com a esperança dele voltar.

Pois, por mais bagunceiro que seja,

é o melhor a nos habitar!