Pingos de Chuva
Que delicioso é o barulho dos pingos
Caindo mansamente, parecem um sino
A cadencia é leve, como canção de ninar
Embala o sono de quem está a escutar.
E quando se tornam mais fortes, cortantes
Molham o corpo que rodopia cantante
Da camponesa que por um instante
Mostrou-se alegre e até falante
A fúria dos pingos se tornam alarmantes
Quando caem nervosos pelas ruas distantes
Formando corrente de águas tão sujas
E quando se junta ao vento, até uiva.
Mas sempre foram lindos de se ver
Não se sabe mesmo é se é possível ter
A beleza da chuva e dos pingos no chão
Sem sentir no peito, a dor amarga da solidão.