DO AMOR DE QUE SE QUER MORRER

Amor, amor,

inventor da vida e de todos os tormentos,

permita-me o sereno tombar,

que já não posso mais, qual flor insípida,

lançar-me ao vento dos alheios desejos.

Se não a liberdade, dá-me a surpresa,

o que ainda não posso.

Dá-me a rota da sina de morrer,

se o que queres de mim,

oh! irônico deus,

é esse hei de ser, para sempre imperfeito,

que mesmo o erro há de ter sentido.

Amor, gélido casulo, que me recusa as asas,

solta-me de ti,

anoitece-te,

mata-me.

Saramar
Enviado por Saramar em 05/02/2008
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