SOMOS IGUAIS NO SILÊNCIO

Somos iguais no silêncio.

Há uma dor única essa noite, uma dor irmã.

A de amar, amar indefinidamente

Além do desejo íntimo, do sonho ansiado:

A lua concorda comigo nessa apuração.

Estás debruçada no meu poema,

Qual adolescente apaixonada, no seu diário.

“Me ama, não me ama, me ama”, dizes,

Despetalando uma margarida até

Obter a tão ansiada afirmação.

Sonhas, fazes conjeturas, promessas

De felicidade a dois e de cumplicidade.

E a tua tez arrepia-se ao mero pensamento

Do meu leve toque, do meu afago e sopro ardente

Sobre teu oásis de infinitas miragens.

E porque somos iguais no silêncio,

O amor há de ser infinitamente igual e recíproco.

© Jean-Pierre Barakat

Jean Pierre Barakat
Enviado por Jean Pierre Barakat em 05/02/2008
Código do texto: T847066