SOMOS IGUAIS NO SILÊNCIO
Somos iguais no silêncio.
Há uma dor única essa noite, uma dor irmã.
A de amar, amar indefinidamente
Além do desejo íntimo, do sonho ansiado:
A lua concorda comigo nessa apuração.
Estás debruçada no meu poema,
Qual adolescente apaixonada, no seu diário.
“Me ama, não me ama, me ama”, dizes,
Despetalando uma margarida até
Obter a tão ansiada afirmação.
Sonhas, fazes conjeturas, promessas
De felicidade a dois e de cumplicidade.
E a tua tez arrepia-se ao mero pensamento
Do meu leve toque, do meu afago e sopro ardente
Sobre teu oásis de infinitas miragens.
E porque somos iguais no silêncio,
O amor há de ser infinitamente igual e recíproco.
© Jean-Pierre Barakat