Deviam proibir
Deviam proibir prá sempre a falsidade,
a mentira e o veneno da arrogância,
decretar inconteste o fim da maldade,
acabar com a guerra e com a ignorância.
Deviam proibir a fome das crianças,
as doenças do corpo e as da mente;
deviam abolir da terra a desesperança,
derrubar os muros de vez, e finalmente.
Deviam eliminar o ódio, o preconceito;
as palavras mal ditas, falsos profetas,
ainda que assim nem tudo fosse perfeito
existiria esperança nos versos do poeta.
Deviam proibir a gente de esperar
por estas coisas, e outras – utopias!?
ou poder fazer acontecer, sem sonhar:
vê-las reais, a transformar nossos dias!