ABRIGO

Abrigo em minha alma

Ilhas dormentes, mares azuis silentes

Areias douradas, rochas ásperas e

Vários sedimentos seculares do nada.

Há também vulcões roucos,

Verdejantes montanhas e bichos loucos.

Esse meu mundo te pertence.

Esse, que eu conjuro para a tua vinda,

Escancarando janelas opacas,

Destravando portas vetustas:

Vem, pois, doce zéfiro em mim!

Há uma fonte pura, inesgotável,

Para saciar a tua sede,

Uma encosta na relva viçosa para

O teu descanso entre girassóis

E margaridas. E um parque de diversões

Para teu deleite em minhas vertigens.

Canções e poemas te aguardam,

Agradam-me teu olhar e tuas mãos,

Tuas unhas rasgando o meu pudor e

Arranhando as cordas do amor:

Clamarei aos deuses para improvisar

Uma chuva de estrelas para te adorar.

E no dia que em nós se encerra

Aves multicores ensaiam o teu nome

No meu céu, em atrevidas piruetas,

Desafiando altura e gravidade:

Avivando o sonho de felicidade.

© Jean-Pierre Barakat

Jean Pierre Barakat
Enviado por Jean Pierre Barakat em 09/02/2008
Código do texto: T852899