Te amo, com exclamação!

Tudo era um ponto.

Que dava fim.

Determinado

Tudo era vírgula

Pausas rápidas, repetidas

Sentenças inteiras

Coagidas

Ponto e vírgula

Um pausa e continua

Outro simplesmente dá o fim.

Olhei pro céu

Joguei uma pedra

Na água com sal do meu rosto

Como um ponto

Olhei pro chão

Desenhei um coração com os dedos do pé

Como uma vírgula

Que pausa o amor

Na exclamação da paixão

Entonei lindas frases em tons juvenis

Na interrogação da pergunta

Respondi numa sentença objetivamente direta

Te amo, com exclamação!

E num olhar subjetivo que retrucava o meu

Esperei num desatino da exclamação

O sujeito oculto do meu coração

Alma carregada de ironia

Boca cheia de desejo

Destino como ponto, vírgula e afins.

Dois pontos!

Vou falar agora!

Te amo, sem exclamação...

Falo baixinho e com o coração pausado

Com a vírgula do amor subjetivo do meu coração.

Priscilia Nascimento
Enviado por Priscilia Nascimento em 13/12/2005
Código do texto: T85474