QUE PRAGA É O AMOR?

Contraditório em si mesmo e nas rimas que faz

Contrário a todos e egoísta demais

Faz mal a quem bem o faz

Como bem ministra a quem não lhe quer mais.

É libertar-se com prender a si

Ou prender-se a outro com liberdade solidária

Ou mais um tempestuoso clichê econômico

Da fase da história dada...

Um prazer de tê-lo só por ter

Ou de ao outro ter por não se poder se ter

Sem que algo lhes faça lembrar

Que é preciso acreditar no seu poder.

É um contentar-se em ser no coração

Algo superior aos outros no de alguém

Sem tornar-se, da liberdade-obrigatória, refém

Sem ter de abandonar os outros em redor.

É ser por dentro só si e ser em fora pior

É fingir não interessar e idolatrar

É ser tudo isso sem vis e depois contrariar

É ter-se todo e mim, É Não Se Citar.

É não se gozar de infinito; é ter, no outro, o paraíso

É ter, em todos, o inferno; é mergulhar neles com vontade!

É render-se todo à sinceridade!

É ser perfeito de defeitos incuráveis...

É ter chaga de si e narcisismo incontestáveis

É dialética da boca pra fora

Dizer bobo, falácia de quem namora

É resposta quando se lhe pergunta onde mora.