PELA NOITE

Pela noite os ruídos são menos estridentes,

Silenciam as vozes alteradas dos passeios,

Onde multidões se apinham apressadas,

Pássaros esquecem os seus cantares,

Os barulhos de motores se afogam,

Talvez esquecidos e aquietados, mansos,

Vão-se ancorando os juízos precários,

Esbafejados pela deficiente relação.

Pela noite os outonos são pacíficos,

As primaveras são acalantadas e adversas,

Os verões não são tão abrasantes, cálidos,

E os invernos mostram-se tão acalorados.

Pela noite as crianças se assossegam,

Cai-lhes o sono pacificador e confortante,

A mansidão provém de seus olhos fechados,

E descansam na busca de suas forças,

Para novamente pelo dia correr seus caminhos.

1.983