Despertar
Fechei os olhos
Pensei que pudesse voar junto de ti,
Pra bem perto daquela casinha distante,
Onde a comida é servida ao pé do fogão a lenha;
E os banhos são tomados na cachoeira,
ao lado da trilha que me leva ao teu coração.
Fechei os olhos.
Vislumbrei a liberdade que encontro ao seu lado
Para amar.
Vi nossas mãos dadas,
Enquanto descobríamos um novo caminho,
Que confesso, era cheio de esses
de saudade]
Vi os filhos crescendo
divididos entre os mimos e as responsabilidades;
o prazer pelo trabalho e as rugas compartilhadas,
esperando a bengala entrar em promoção.
Fechei mais apertadamente os olhos.
Senti seu cheiro bom de Azarro
O roçar
De sua barba por fazer
Em meu rosto;
Pude tocar novamente tua face
E alisar o suor que escorre espontâneo.
Abracei teu corpo miúdo e te coloquei no colo,
como queria que fizesses comigo nos momentos de minha
solidão!
Abri os olhos...
gotas cristalinas escorriam e limpavam a fronte.
Pressenti que n’algum dia tu poderias estar bem longe.
As lágrimas são condutoras...reportam-nos à realidade.
Abri os olhos.
Percebi a grandeza dos momentos
que ficarão guardados na memória.
Cruzei os dedos e pedi fortaleza.
Agradeci pela verdade doer tanto.
Cortei o vento e fiz retalhos para costurar os rasgados instantes
em que não estamos juntos...
Acreditei na sorte e esqueci o futuro, amei o presente...a verdade.
Com os olhos bem abertos, reconheci que o tempo e a distância
afastam os apaixonados e reenlaçam os amantes.