Despertar

Fechei os olhos

Pensei que pudesse voar junto de ti,

Pra bem perto daquela casinha distante,

Onde a comida é servida ao pé do fogão a lenha;

E os banhos são tomados na cachoeira,

ao lado da trilha que me leva ao teu coração.

Fechei os olhos.

Vislumbrei a liberdade que encontro ao seu lado

Para amar.

Vi nossas mãos dadas,

Enquanto descobríamos um novo caminho,

Que confesso, era cheio de esses

de saudade]

Vi os filhos crescendo

divididos entre os mimos e as responsabilidades;

o prazer pelo trabalho e as rugas compartilhadas,

esperando a bengala entrar em promoção.

Fechei mais apertadamente os olhos.

Senti seu cheiro bom de Azarro

O roçar

De sua barba por fazer

Em meu rosto;

Pude tocar novamente tua face

E alisar o suor que escorre espontâneo.

Abracei teu corpo miúdo e te coloquei no colo,

como queria que fizesses comigo nos momentos de minha

solidão!

Abri os olhos...

gotas cristalinas escorriam e limpavam a fronte.

Pressenti que n’algum dia tu poderias estar bem longe.

As lágrimas são condutoras...reportam-nos à realidade.

Abri os olhos.

Percebi a grandeza dos momentos

que ficarão guardados na memória.

Cruzei os dedos e pedi fortaleza.

Agradeci pela verdade doer tanto.

Cortei o vento e fiz retalhos para costurar os rasgados instantes

em que não estamos juntos...

Acreditei na sorte e esqueci o futuro, amei o presente...a verdade.

Com os olhos bem abertos, reconheci que o tempo e a distância

afastam os apaixonados e reenlaçam os amantes.

Colibri
Enviado por Colibri em 14/02/2008
Código do texto: T858612