Nem sei porque sou assim

Nem sei porque sou assim:

Cada sonho que acalento

Se agarra tanto aqui dentro

Que vira parte de mim.

Fui assim desde criança

Sonhadora incorrigível

Procurando no impossível

Uma luz ... uma esperança.

Pareço pombinha mansa

Mar não gosto de enganar

Se um sonho me faz voa

Nem um corisco me alcança.

O sonho nos assegura

Que o céu não é tão distante

Ele grita... e nos garante

Que vale a pena a procura.

Quem sonha se transfigura

Mudando o brilho do ollhar,

Que sonha pode mudar

Qualquer sorte... por mais dura.

Nem sei porque sou assim:

cada sonho que acalento

se agarra tanto aqui dentro

que vira parte de mim.

Por isso é que choro tanto

Ao ver um sonho morrer

Sonhar é mais que viver:

É da vida ter o encanto.

Cada sonho é um acalanto

Que embala nossa alma...E traz

Um misto de guerra e paz

No feitiço do seu canto.

Um sonho pode fazer

O inverno virar verão,

Pode entrar num coração

Quietinho...sem ninguém ver

Pode até mesmo acender

Alguma estrela apagada,

E as vezes, sem trazer nada

Enche a gente de prazer.

Sonhar é uma forma bonita

De atender o que a alma exige

Somente um sonho corrige

qualquer vida mal escrita.

E quando agente acredita

Torna reto o rumo torto

E até mesmo um sonho morto

Muitas vezes ressuscita

Se sonhando eu sempre vim

Porque é assim meu coração,

Pouco me importa a razão

Desse meu sonhar sem fim.

Nem sei porque sou assim:

cada sonho que acalento

se agarra tanto aqui dentro

que vira parte de mim.

Milton Souza

Milton Souza
Enviado por Milton Souza em 15/12/2005
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