Minha Doce Poesia

Minha doce poesia,

Perfeita e de versos claros.

Corres faceira em meus dedos

Como corre a lira nos de Orfeu.

Perfeita és, meu soneto.

Na medida do meu amor.

Assim, pois o mestre ensinou:

Que teu amor é chama que arde sem se ver em meu peito.

Canto teus louvores e em teu louvor,

Dispensando assim as musas;

Pois tão belo és tu, poema meu,

Que de outra inspiração não preciso.

Saudades tenho de ti, doce poema meu,

Toda vez que em corriqueiro acaso meu coração se distrai

E deixa de cantar-te.

Entretanto feliz é meu lápis

Quando passeia pueril em teus negros cachos

E sorri sorrateiro

Aninhado em teus alvos braços.

Criança minha, meu bebê

Gero-te em meu ventre-folha

Amamento-te com meus sonhos,

Tu me realizas com teu amor.

Minha mais bela poesia,

Será que fazes idéia?

Por incontável tempo te aguardei.

Para enfim, poder tê-la agora aqui,

Louvando-te e mui amando,

Gerando frutos nossos

Na ponta deste indigno lápis.

MMFelix
Enviado por MMFelix em 19/02/2008
Código do texto: T866260
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