Atenta em mim...
Vira-te.
Olha o meu rosto...
Sangra tristeza
pela alegria de conhecer o infinito.
E brinca com o passado,
já trémulo e fatigado
pelas rugas de solidão.
E mostra o que é
sem deixar a máscara que o cobre,
de vez em quando.
É amando e desejando
que vive com expressão,
expressão do sentimento,
com movimentos contraditórios
na sua beleza e imperfeição
que revoltam tudo,
num segundo imundo
de deambulação pelas ruas
obscuras, obstinadas,
cheias de lixo e relíquias do coração.
E envolve o pensamento
que não se permite pensar muito
em nada mais senão o infinito.
E age como o espelho da alma,
mas é o espelho da vida,
que dura e muda em segundos hesitantes.
14 de Agosto de 2003