Amor em panos
Queria um amor
Tecido que me envolvesse
Aos metros ou fiapos, eu só amasse
Queria um amor que amassasse
Se roupas ainda houvesse
Em dobras, tiras, retalhos
Que a ele me remendasse
Que desse vincos à alma,
Deixasse puída minha calma
E que de amar desbotasse.
Pintado e bordado em arremates
Profano aos farrapos, que eu suportasse
Amarrotado de enganos
Que não se dobrasse a planos,
Que emaranhasse meus panos
Que eu simplesmente amasse.